terça-feira, 25 de novembro de 2008

A Caçadora - pt. 3

Enfim, o capítulo 3! Aproveitem, porque eu custei a fazer XD

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Fazia duas semanas que Lyra freqüentava a escola. Não estava com problemas nas aulas, visto que aprendia em casa e seu círculo de amigos aumentou. E o vampiro nunca mais aparecera. Toda quinta à tarde, Tomas chegava no horário para buscá-la e, Lyra sabia, estava armado. Mas foi com um baque que recebeu o aviso do amigo na última aula da tarde. A coordenadora foi na sua sala avisá-la que Tomas havia ligado e não ia poder buscá-la porque ia jogar boliche com os amigos. Lyra entendeu o que ele queria dizer com boliche. Era uma caçada e ele fora convocado. E ela teria que voltar a pé.
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Foi com um grande suspiro que Lyra saiu da aula de Biologia. Havia se cortado quando derrubou um pote de vidro sem querer. O corte não fora muito fundo, mas sangrava o suficiente para deixar a ruiva preocupada. Estava com uma gaze no machucado, e ela já estava suja.
- Você está bem mesmo? – perguntou Camile. Camile era a primeira amiga que havia feito na escola e a que mais a conhecia.
- Estou sim, não se preocupe – disse Lyra, sorrindo para a amiga. Com esse sorriso, tentava sufocar o desespero que crescia em seu peito. A mansão era longe demais e já era quase noite. E, assim que o sol descia, o vampiro acordava. Ele viria como um raio atrás do seu sangue. Pelo menos tinha sua adaga, escondida em um fundo falso que fizera em sua mochila, cuja lâmina era de prata pura. O único problema seria pega-la.
- Tá bom... Te cuida, viu? – disse Camile, correndo para o seu carro e acenando. Lyra acenou de volta, arrumou a mochila nas costas e começou a andar. Era com grande desespero que via o sol descendo cada vez mais e as luzes da rua começando a acender. Poucos minutos depois que o sol baixou completamente, ouviu uma risada atrás de si. Reconheceu a voz e não pensou duas vezes. Começou a correr.
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Lyra corria desesperadamente. Amaldiçoava o infeliz que havia criado o vidro. Volta e meia, uma grossa gota de sangue escorria de sua mão cortada e pingava no chão. A garota sabia que o vampiro estava na sua cola e, pelo visto, estava brincando com ela. Podia alcançá-la facilmente se quisesse, mas estava se divertindo com a caçada. Lyra começava a respirar com dificuldade. Estava cansando. Sua única arma era sua adaga de prata, que estava na sua mochila a qual fora abandonada metros atrás. Queria gritar, mas poupava o fôlego para correr. Àquela hora, as ruas estavam vazias. A mansão ainda estava longe, e ela não poderia entrar em alguma casa qualquer, colocando a vida dos moradores em perigo. Fez a curva em uma ruela e parou em frente a um portão de ferro. Vendo o grande cadeado, percebeu que estava trancando. “Nada mais clichê”, pensou com raiva. Viu umas caixas de madeira em um canto. Lyra sequer pensou em pular o portão ou tentar arrombá-lo. Estava cansada demais e o vampiro iria segui-la facilmente. Andou até as caixas. A madeira estava podre, e as caixas, praticamente aos pedaços. Deu um chute em uma das caixas, partindo-a em vários pedaços. Pegou o mais pontudo que encontrou e escondeu-o em suas costas, preso em sua calça. Tentava normalizar o ritmo de sua respiração quando o vampiro loiro entrou no beco. Klaus fez uma careta ao ver a garota parada. Esperava mais diversão, mas Lyra estava evidentemente esgotada. Logo transformou a careta em um sorriso ao ver a mão suja de sangue da garota.
- Já desistiu? – gritou para ela com um sorriso no canto dos lábios. Lyra não respondeu. Ainda respirava com dificuldade e estava com problemas até mesmo para pensar. Só iria conseguir se acalmar quando estivesse na segurança de sua casa. Sim, pensava seriamente em escapar do vampiro, porém não pensava em matá-lo. Não era como os outros caçadores. Não tinha esse sangue-frio. Mesmo sabendo que o vampiro a mataria se quisesse, não conseguiria fazer isso. Engoliu em seco. O vampiro avançou rapidamente, chegando à sua frente em menos de dois segundos. Nesse meio tempo, Lyra empunhou o pedaço de pau que havia preparado. Klaus desviou por meio centímetro. Seu queixo estava caído, havia se assustado com a reação. Depois, transformou sua careta em um sorriso. A diversão estava voltando. Lyra balançou o pedaço de pau, tentando se posicionar melhor. Havia treinado kendou e estava preparada para furar o vampiro. A estaca não o mataria, apenas o manteria imobilizado até que fosse retirada. Lyra avançou para o vampiro com um pulo e ele desviou novamente. A ruiva estava começando a se desesperar. Estava extremamente cansada e seus músculos não respondiam direito. Apenas o instinto de sobrevivência a mantinha de pé, e ela não iria desistir. Havia adotado a filosofia “ou faça ou morra tentando”. E Lyra não estava disposta a morrer tentando. Ficou em posição defensiva esperando o vampiro. Klaus grunhiu. Estava começando a se irritar com aquele joguinho estúpido e precisava de sangue. Em outra ocasião, brincaria com a garota até o amanhecer, mas a sede deixava tudo complicado. Avançou com ela, dessa vez com ferocidade. Lyra mal teve tempo de se defender. O vampiro agarrou a estaca e arrancou-a da mão de Lyra. Ela recuou, tremendamente assustada. Havia perdido sua arma e, provavelmente, sua chance de vitória. Abriu a boca para gritar, as lágrimas já escorrendo pelo seu rosto.
- Não se aproxime dela! – gritou uma voz bastante familiar. Lyra e Klaus olharam ao mesmo tempo. Tomas estava na entrada do beco, apontando sua .38 para o vampiro.
- Tomas! – gritou Lyra. – Graças a Deus... – adicionou baixinho.
- Oras, você tem um companheiro então... – disse Klaus, sorrindo de canto e deu um passo na direção de Lyra.
- Eu disse: NÃO SE APROXIME! – berrou Tomas e atirou. Klaus desviou. Já estava mal o suficiente sem balas de prata no peito.
- Calma, calma, vamos negociar – disse o vampiro, ainda sorrindo.
- NEGOCIAR UMA PINÓIA! – gritou Tomas, mirando novamente e atirando. Klaus desviou, com mais dificuldade. Arreganhou os dentes e rugiu. Estava tremendamente irritado. Sem se importar com o garoto, avançou para Lyra. Colocou-a de pé pelos cabelos e posicionou-a na sua frente, como um escudo humano. Tomas paralisou com o dedo no gatilho. Não podia atirar em Lyra. Porém, a garota não tentava mais lutar. Tinha uma carta na manga, porém não tinha certeza de que iria funcionar, já que nunca havia sido testado antes. Porém, era sua única chance.
- Então, preparada para morrer? – perguntou Klaus, baixinho, tirando uma mecha de cabelos do pescoço dela. Lyra suspirou pesadamente.
- NÃO! – gritou Tomas quando os dentes de Klaus perfuraram a pele do pescoço de Lyra. A garota não sentiu nada. Ficou surpresa com isso. Sentia o sangue saindo pelas duas perfurações, mas não sentia dor. Esperava que seu truque desse certo.
- VADIA! – gritou Klaus de repente, empurrando Lyra. Ela caiu apertando o machucado no pescoço. Klaus gritava de dor, apertando o estômago. – O QUE VOCÊ FEZ? O QUE VOCÊ FEZ? – Lyra se permitiu rir. Apesar de estar sangrando pelo pescoço e pela mão, riu da reação do vampiro. Tomas correu até ela e ajudou-a se levantar.
- Vem, rápido. – disse ele, assustado, ajudando-a sair do beco. Levou-a para seu carro, que estava estacionado ali perto. – Lyra, pare de rir, você está me assustando. -Lyra ainda ria. Devia realmente parecer uma demente assim. – Você está histérica, pare de rir, se acalme. – disse ele e, como ela não parava, deu-lhe um tapa no rosto. Lyra parou de rir.
- P-por que você fez isso? – perguntou, olhando assustada para ele.
- Você estava histérica. Agora entre no carro. – ordenou. A ruiva entrou e Tomas girou a chave na ignição, ligando o carro. Lyra colocou a mão onde havia levado o tapa. Tinha se assustado muito com a reação de Tomas. Ele apertava a direção com raiva e sua boca estava torcida para baixo.
- Tomas... – murmurou Lyra.
- Me desculpe. – disse ele sem rodeios. – Eu não sabia o que fazer com você. Eu fiquei realmente preocupado quando vi que sua mochila estava atirada no meio de uma rua e você não estava por perto...
- Como você sabia onde minha mochila estava? – perguntou Lyra, arregalando os olhos. Tomas deu um sorrisinho e Lyra sentiu suas suspeitas se confirmarem.
- Coloquei um localizador nela para que pudesse encontrá-la em qualquer lugar... Não foi realmente fácil te encontrar, mas sua mão estava pingando o suficiente para deixar um rastro visível. Devia ser por isso que ele estava tão desesperado. O vampiro, quero dizer. Ah não... – ele parou o carro e começou a remexer o porta-luvas. Puxou um kit de primeiros socorros e mandou Lyra ficar parada. Ele pegou uma gaze e tapou o seu machucado no pescoço, prendendo-a com um pequeno esparadrapo. Em seguida, trocou o curativo de sua mão.
- Obrigada – murmurou Lyra.
- Por nada – disse Tomas re-ligando o carro. – Agora, vejamos... Como você cortou sua mão? Foi o vampiro?
- Não, eu me cortei na aula de biologia – resmungou Lyra.
- E... o que você fez com ele para ele ficar daquele jeito? – perguntou Tomas, agora olhando com curiosidade para a amiga.
- Olhe para frente – ordenou ela e Tomas voltou a prestar atenção no trânsito com uma risada – Simples: resolvi testar uma velha lenda e me obriguei a comer um dente de alho puro que roubei do bar da escola.
- Então, alho realmente funciona? É algo bom para falar para o clã – disse ele, mais animado.
- Porém, isso não vai me permitir voltar a ser caçadora, mas... sua vez de responder. Conseguiram pegar o vampiro?
- Na verdade, não. E era uma vampira. Estamos com dois caçadores em estado grave agora. Eu mesmo vim correndo te procurar quando vi que sua mochila estava abandonada à própria sorte. – Lyra abriu a boca, porém seu celular tocou. Pegou-o. Era Camile. Atendeu com um suspiro.
- LYRA! – gritou a amiga no telefone. Estava chorando. – SOCORRO!
- C-camile? – perguntou Lyra, assustada.
- Tem uma mulher aqui, ela... – sua fala foi cortada quando o celular, aparentemente, foi arrancado de sua mão e outra voz surgiu.
- Olá, Lyra. – disse outra voz feminina. Era suave, como um sopro do vento.
- A-a vampira! – gaguejou Tomas, ouvindo a voz do telefone.
- Estou com a sua amiguinha aqui. Então, se o seu amigo não se entregar, eu vou ser obrigada a roubar a vida dela. – Lyra ia responder quando foi a vez de Tomas roubar o telefone.
- Onde você está? – gritou ele ao telefone. Lyra ouviu a risada fria da vampira do outro lado da linha.
- Na casa da garota. – soprou a vampira. – Ah sim... Meu nome é Jane. – e desligou.

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4 Comentários:

Blogger PriscyIchigo disse...

CONTINUA PELO AMOR DE DEUS!!! -Morta de curiosidade-

25 de novembro de 2008 às 22:18  
Blogger Tai disse...

ah!!!!!!!!!!!
triiii bom!
to com a priscy, go on! go on!!!
;)

25 de novembro de 2008 às 22:47  
Anonymous Anônimo disse...

hohoho.. eu num tinha lido esse final.. XD
continua looogo, onegaai!! *-*
Ta mto perfeita a sua historia de vampiiro! n.n
Beeijos..

26 de novembro de 2008 às 15:04  
Blogger Eduardo disse...

Muito legal! Continua isso!!! :O)

28 de novembro de 2008 às 21:29  

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